Parece mentira, mas muitas pessoas estão
adoecendo devido às constantes exigências cada vez mais complexas do mercado de
trabalho. Você precisa se especializar cada vez mais, falar ao menos dois
idiomas e conseguir cumprir metas quase irrealistas... tudo para manter o
emprego. Acontece que a antiga definição de trabalho, do latim, tripalium,
tortura, voltou com toda a força e as pessoas voltaram a adoecer não só física,
mas psicologicamente.
A Síndrome de Burnout é uma resposta do organismo a
situações de estresse contínuas no ambiente de trabalho. É o famoso estado de esgotamento.
A sociedade capitalista demanda um giro de mercado acelerado e a geração de
empregos está intimamente ligada à produção. Na tentativa de manter um emprego,
as pessoas podem desgastar-se física e mentalmente tentando obter cada vez mais
resultados e mostrar maior desempenho.
A carreira é determinante na vida para o sujeito
inserido em uma sociedade. O trabalho representa seu papel social e sua função
para construção de identidade. O emprego garante seu status social, portanto,
mesmo descontente e sofrendo, o sujeito continua trabalhando. Forma-se, então,
um círculo vicioso, onde o estresse e as cobranças da organização afetam os
profissionais e estes afetam a empresa, tendo dificuldades de trabalhar em seu
potencial máximo.
Apesar de ser uma doença relacionada ao trabalho, ela afeta a
vida pessoal e os sintomas prejudicam a qualidade de vida como um todo. Esses
variam entre dores físicas, como cefaleia, gastrite, mal-estar, e alterações psicológicas, como oscilações de humor, problemas de sono, dificuldade de concentração, entre
outros. De modo geral, é um grito de socorro do seu corpo.
O
cérebro também precisa de descanso. O cansaço acumulado e o estresse constante
alteram conexões cerebrais, fazendo-o sentir os sintomas já listados acima,
além de contribuir para o envelhecimento. A síndrome de Burnout é um transtorno
psicológico e como qualquer doença, há tratamento. A diferença é que o princípio
ativo é o próprio sujeito. A medicação alivia os sintomas, mas somente quem
sofre pode mudar a maneira de “se matar de trabalhar”.