Freud
já dizia que mãe boa é aquela que vai se tornando desnecessária ao longo da
vida. Não, não falo de falta de cuidado, mas de confiança. Pais bons são
aqueles que ensinam suas crianças sobre respeito, amor e autoestima. São
aqueles que criam seus filhos para que sejam independentes, confiantes e
felizes com suas próprias escolhas. Em suma, pais bons são porto seguro.
Aquela
mãe superprotetora, por mais bem que pense fazer ao seu filho, acaba o privando
de conhecer o mundo – e seus perigos – por si mesmo. Ela evita uma situação
desconfortável, facilita a resolução de problemas e prepara a criança para um
mundo seguro (perto dela). Ela só esquece que os filhos crescem e ela não
viverá para sempre.
Há quem diga que você só
sabe se foi uma boa mãe quando os filhos já cresceram. É no momento que o jovem
decide seu caminho que os pais podem enxergar se conseguiram ensinar tudo o que
julgavam necessário. Ainda que cada família tenha uma maneira de pensar e
educar suas crianças, o propósito maior é vê-las felizes. E por acaso sabemos o
que é felicidade para o outro?
Entender que cada filho é
único a mãe entende, mas compreender que essa singularidade traz consigo uma
gama de opiniões e sonhos próprios é mais difícil. As escolhas do outro nem
sempre fazem sentido para nós e é preciso um pouco de flexibilidade e muito
respeito para aceitar a escolha da pessoa. Aceitar a decisão de um filho é
aceitar que ele não é a criança que você idealizou. E mais uma vez, é um grande
desafio.
Ele nasce (e não tem os
olhos azuis tão sonhados), cresce (decide ser educador físico em vez de médico)
e decide sair de casa (e partir para longe dos pais). Precisamos lembrar que
nossos sonhos nem sempre são os sonhos dos nossos filhos. Nesses momentos em
que o desespero bate, lembre-se da criação. Pais desnecessários são porto
seguro e serão sempre “lar” para onde os filhos voltam de tempos em tempos.
Acredite nos seus ensinamentos e nunca estará longe das “suas” eternas
crianças.