Acomodação. Se
estamos bem onde estamos, para que mudar? E, ainda que não estejamos tão bem
assim, será que vale a pena arriscar? A zona de conforto nos dá a ilusão de
segurança, fazendo-nos pensar que sabemos o que estamos fazendo (ainda que não
tenhamos a menor ideia) e que não há perigo algum nesse lugar falsamente seguro
no qual estamos. No entanto, em algum momento, a acomodação passa a incomodar.
E agora, como proceder?
A correria do dia a
dia parece camuflar nossas escolhas cotidianas de levantar mais cedo para
preparar o café ou dormir mais alguns minutinhos e ir em jejum ao serviço. Não
percebemos, mas todos os dias optamos pelo que vamos comer no almoço, se vamos
à academia ou se tentamos dormir mais cedo em vez de terminar aquele filme.
Podem ser pequenas, mas são decisões que, inevitavelmente, excluem as demais
opções.
Fazer escolhas nem
sempre é fácil. Optar por um caminho é consequentemente deixar outro para trás
e enquanto não se escolhe, vive-se com a possibilidade. No entanto, precisamos
escolher uma profissão, um lugar para sair no sábado à noite, o nome de um
filho... Não adianta fugir, para não viver em um marasmo, temos que fazer
escolhas que envolvem arriscar-se no desconhecido.
Mas onde está a
coragem de sair desse cantinho confortável que já conhecemos tão bem? A
motivação acaba sendo muito mais externa, geralmente quando você perde algo que
até então trazia essa falsa segurança, como um emprego, por exemplo. Quantas
pessoas trabalham em cargos e locais que não gostam, mas não se esforçam para
tentar algo melhor? É somente quando ficam desempregadas que passam a ter essa
liberdade forçada de poder optar por algo novo.
Mas por que esperar a vida
nos dar essa rasteira se no fundo já sabemos que estamos insatisfeitos com a
situação? É preciso enxergar que a zona de conforto nada mais é do que nossa
maneira de nos proteger contra o medo do desconhecido. Pense no abandono da
zona de conforto como uma liberdade de escolha, tão idolatrada nos dias atuais.
Escolha ser livre e optar pelo melhor caminho para você mesmo em vez de esperar
um imprevisto forçado da vida te tirar o chão.