Em um sábado à tarde, você se sente mal por estar deitado no sofá ao invés de fazer algo produtivo. Poderia estar caminhando, fazendo uma pós-graduação... mas nesse tempo que tem livre, você quer mais é fazer nada mesmo. Não se sinta culpado; o ócio é necessário!
Uma pesquisa recente da professora de educação, psicologia e neurociência na Universidade do Sul da Califórnia, Mary Helen Immordino-Yang mostrou a importância da ociosidade para autoconhecimento, bem-estar e criatividade. Como isso acontece? É simples, nesse “tempo livre”, você se “desliga” das obrigações formais de trabalho, estudo, afazeres da casa, e seu cérebro entra em um modo de reflexão. Sem perceber, é nesse momento que você olha para si mesmo e atenta-se para o que gosta de fazer nas horas de lazer, como está se sentindo e até mesmo presta mais atenção às pessoas à sua volta, tudo isso pelo simples fato de não ter a obrigação de fazer qualquer uma dessas coisas.
Sendo assim, esse tempo ocioso é algo positivo e estudos já indicam que quando as crianças têm esse tempo livre de reflexão, geralmente se tornam menos ansiosas e mais motivadas, têm um melhor desempenho em avaliações e conseguem planejar melhor suas ações.
A cada dia mais vivemos a concorrência e para sermos vencedores, não podemos perder tempo, portanto, nada de ócio. Acontece que nessa competitividade o que se destaca é a criatividade. O mundo busca por novidades que muitos podem oferecer, mas nem todos conseguem vender. Nesse sentido, a inovação depende da criatividade em apresentar tal produto, e a criação surge no ócio. Portanto, sim ao ócio.
De modo geral, essa experiência de ócio seria a realização de algo sem ter a obrigação de fazê-lo. É aquilo que se faz porque quer, não porque precisa. É algo que traz sentimento de satisfação, felicidade. É sair para caminhar para se distrair enquanto cuida da saúde ao invés de ter que caminhar para emagrecer. O ócio é necessário e produtivo quando se escolhe fazer o que se gosta nesse tempo de lazer sem se cobrar resultados, sendo a única obrigação não ter dever algum.