“O motorista do ônibus disse: “Até amanhã, Daniel!”, ao que
ele disse ao motorista: “Você não vai me ver amanhã.” Essas foram algumas das
últimas palavras de Daniel, um adolescente norte-americano de 16 anos que
cometeu suicídio após sofrer anos sendo vítima de bullying na escola. O vídeo
com o relato da mãe sobre a perda de seu filho teve milhares de visualizações e
foi amplamente compartilhado no facebook nessas últimas semanas. Mas afinal, o
que é bullying?
Bullying é um termo criado por Dan Olweus, professor e
pesquisador em psicologia, para designar uma provocação ou intimidação.
Atualmente é usado para designar um assédio moral, físico ou verbal, dentre
crianças e adolescentes no ambiente escolar. Sabe aquela velha brincadeira de
mau gosto? Então, é isso aí.
Basicamente, são aqueles apelidos “carinhosos”: baleia,
quatro olhos, Olivia palito. “Mas então todos sofremos bullying?” Não. Essa
“brincadeira” só passa a ser uma ameaça quando a vítima se sente ofendida. Para
isso, há de se ter um olhar atento para ver se a criança está quieta por
aceitar o apelido como uma brincadeira ou por medo do agressor.
Existem três agentes no bullying: o agressor, aquele que
ameaça com as piadas; a vítima, que sofre o assédio; e o espectador, que
geralmente não reage por medo de se tornar a próxima vítima. Esse
ataque psicológico pode ser visto como uma maneira de canalizar a agressividade
em um “alvo” para fugir daquilo que nos amedronta. Em outras palavras, quem
pratica o bullying com a intenção de machucar, na verdade está tentando se
defender de um medo próprio antes que os outros descubram seu ponto fraco e
possam lhe atacar. Esse chamado “alvo” costuma ser aquela pessoa “boazinha” sem
muita atitude, que provavelmente receberá todas as ameaças calada.
As consequências de um bullying contínuo incluem o
sentimento de inadequação, baixa autoestima, insegurança, isolamento social,
tristeza e até mesmo o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como
ansiedade e depressão. Em casos sérios, nos quais a vítima não consegue pedir ajuda
por medo do julgamento alheio, essa brincadeira de mau gosto pode levar uma
pessoa ao suicídio. Portanto, há de atentar-se para ver se o “gordinho”
realmente não se importa de ser chamado assim.
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