sábado, 10 de outubro de 2015

Que corpo é este?


Dyson nasceu menino, mas com dois anos e meio começou a querer usar vestidos de princesas. Coy com um ano e meio já se recusava a usar roupas de menino. No domingo passado, o Fantástico apresentou uma reportagem falando sobre os transgêneros: “pessoas que possuem o sexo biológico em não conformidade com seu sexo psicológico”. De modo geral, o corpo deles não os representa.
Os transgêneros vivem um drama existencial por terem a sensação de que nasceram no corpo errado. O cérebro os vê de uma maneira, enquanto as características biológicas apontam para outro gênero, o que gera uma angústia de não pertencimento a uma identidade socialmente aceitável. Para lidar com essa situação, esses indivíduos começam a se comportar da maneira como se sentem; o menino escolhe vestidos, enquanto a menina prefere bermudas. Mais tarde, eles podem recorrer a cirurgias plásticas para a mudança de sexo e terapias hormonais.
A grande questão, no entanto, é como lidar com os transgêneros. Refiro-me à pessoa por “ele” ou “ela”? O sujeito usará o banheiro masculino ou feminino? Condutas cotidianas passam a ser questionadas e o estigma social masculino/feminino parece não fazer mais tanto sentido. Desse modo, a compreensão de que cada um se vê e se comporta de uma determinada maneira é essencial para aceitar as diferentes identidades.

O respeito e o diálogo são imprescindíveis no entendimento dos diversos modos de ser das pessoas. Os trangêneros demonstram a não conformidade entre mente e corpo desde a primeira infância. Um olhar atento dos pais e a oportunidade de deixar a criança se mostrar como realmente se sente abre caminhos ao diálogo e consequente construção de um modo de lidar com o transgênero. Afinal, quem melhor do que eles mesmos para nos dizer se quer ser chamado de Maria ou de João?

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