Dyson nasceu menino, mas com dois anos e
meio começou a querer usar vestidos de princesas. Coy com um ano e meio já se
recusava a usar roupas de menino. No domingo passado, o Fantástico apresentou
uma reportagem falando sobre os transgêneros: “pessoas que possuem o sexo
biológico em não conformidade com seu sexo psicológico”. De modo geral, o corpo deles
não os representa.
Os transgêneros vivem um drama existencial por terem a
sensação de que nasceram no corpo errado. O cérebro os vê de uma maneira,
enquanto as características biológicas apontam para outro gênero, o que gera
uma angústia de não pertencimento a uma identidade socialmente aceitável. Para
lidar com essa situação, esses indivíduos começam a se comportar da maneira
como se sentem; o menino escolhe vestidos, enquanto a menina prefere bermudas.
Mais tarde, eles podem recorrer a cirurgias plásticas para a mudança de sexo e
terapias hormonais.
A grande questão, no entanto, é como lidar com os
transgêneros. Refiro-me à pessoa por “ele” ou “ela”? O sujeito usará o banheiro
masculino ou feminino? Condutas cotidianas passam a ser questionadas e o
estigma social masculino/feminino parece não fazer mais tanto sentido. Desse
modo, a compreensão de que cada um se vê e se comporta de uma determinada
maneira é essencial para aceitar as diferentes identidades.
O respeito e o diálogo são imprescindíveis no entendimento
dos diversos modos de ser das pessoas. Os trangêneros demonstram a não
conformidade entre mente e corpo desde a primeira infância. Um olhar atento dos
pais e a oportunidade de deixar a criança se mostrar como realmente se sente
abre caminhos ao diálogo e consequente construção de um modo de lidar com o
transgênero. Afinal, quem melhor do que eles mesmos para nos dizer se quer ser
chamado de Maria ou de João?
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