Era uma vez uma mulher
que não se encaixava nos padrões sociais. Ela trabalhava, praguejava e saía com
os amigos. Não conseguia se contentar com a ideia de ser apenas dona de casa. Queria
sempre mais, buscava a independência e a liberdade de ser quem quisesse. Complicado
era fazer entender que todos têm seu lugar ao sol.
A avalanche de críticas
ao artigo “Bela, recatada e do lar” publicado na revista “Veja” busca romper
com qualquer ideia de estereótipo de que só esse tipo de mulher tem valor na
sociedade. A matéria publicada na revista “Veja” trata do ideal da mulher dona
de casa, mãe e boa esposa como um exemplo a ser seguido, o que irritou
profundamente todos os outros ideais de mulher: mães solteiras, trabalhadoras,
baladeiras, divorciadas...
O movimento feminista
teve seu início no século XIX, buscando a igualdade de direitos e valorizando o
empoderamento da mulher na sociedade, de modo a romper com o modelo de
sociedade patriarcal. Aos poucos (e após muita discriminação) as donas de casa
tornaram-se empresárias, aceitaram seu corpo e assumiram a direção. Como escreveu
Karen Curi em seu artigo, como tais mulheres podem ter conquistado seu espaço
com tanto suor e ainda assim serem diminuídas à imagem de princesas frágeis em
um castelo?
A autoestima tem papel
essencial na luta contra a ditadura da mulher ideal. Quanto mais elevada a
valorização pessoal, menos se considera a pressão externa, é por isso que pessoas
seguras de si são pouco influenciadas por críticas. A autoestima está
intimamente relacionada ao valor que você dá a suas qualidades e vontades,
sendo assim, se você se sentir realizada com a opção de não ter filhos e essa
for uma decisão própria, a pressão social não exercerá um papel crucial na sua
vida.
Ao contrário do que
muitos questionaram, não há problema algum em ser “bela, recatada e do lar”, problema
é querer fazer com que todas as mulheres vejam isso como um padrão a ser
seguido. “Lugar da mulher é onde ela quiser” e cada uma saberá a que lugar
pertence baseada em suas vontades e valores. O importante é estar feliz, seja
no lar, no bar ou onde queira estar.
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