Quem foi seu professor
da primeira série? Muitos se lembrarão da época escolar e quem sabe até
conseguirão citar alguns nomes de educadores... mas será que compreendem a
importância, se não necessidade deles na formação acadêmica e até pessoal? Em
um país onde a educação não é valorizada, por que devemos ainda comemorar o dia
do professor?
Infelizmente é um
clichê dizer que a educação do país encontra-se defasada. A falta de
investimento em um ensino público de qualidade, a negligência da merenda
escolar e a baixa remuneração dos professores levam à falta de reconhecimento
e, consequentemente, à desmotivação da classe educadora.
Renato Russo e Dado Villa-Lobos
já diziam: “Vamos celebrar a aberração/De toda a nossa falta de bom senso/Nosso
descaso por educação”. Para exemplificar
esse tal descaso, é possível citar a PEC 241, uma proposta de emenda
constitucional que pretende “congelar” as despesas do governo federal (à
priori) por 20 anos, o que, segundo críticos, interferirá gravemente nos
investimentos nas áreas de saúde e educação.
Fala-se cada vez mais
sobre o declínio pela procura de cursos de licenciatura. Os jovens atualmente
querem ser engenheiros, administradores, nutricionistas, mas não desejam partir
para a área educacional. Há quem diga que não vale a pena lidar com
adolescentes “rebeldes” e “mal educados”, no entanto sabe-se que o que ninguém
deseja é ter um título em uma profissão desvalorizada, ainda mais em uma
sociedade onde a sua ocupação atual lhe define.
Esquece-se do óbvio: os
professores são os que formam os profissionais das mais diversas áreas,
inclusive conferindo-lhes títulos de bacharel, mestre e doutor. Apesar de cada
vez menos comemorações em uma data tão importante, fica o lembrete que sem
professor, não existem psicólogos, jornalistas, biólogos nem outros
professores. Aliás, minha gratidão especial à dona Edonea, minha professora da
primeira série.