sábado, 22 de outubro de 2016

Ensinar ou não ensinar, eis a questão


Quem foi seu professor da primeira série? Muitos se lembrarão da época escolar e quem sabe até conseguirão citar alguns nomes de educadores... mas será que compreendem a importância, se não necessidade deles na formação acadêmica e até pessoal? Em um país onde a educação não é valorizada, por que devemos ainda comemorar o dia do professor?
Infelizmente é um clichê dizer que a educação do país encontra-se defasada. A falta de investimento em um ensino público de qualidade, a negligência da merenda escolar e a baixa remuneração dos professores levam à falta de reconhecimento e, consequentemente, à desmotivação da classe educadora.
Renato Russo e Dado Villa-Lobos já diziam: “Vamos celebrar a aberração/De toda a nossa falta de bom senso/Nosso descaso por educação”.  Para exemplificar esse tal descaso, é possível citar a PEC 241, uma proposta de emenda constitucional que pretende “congelar” as despesas do governo federal (à priori) por 20 anos, o que, segundo críticos, interferirá gravemente nos investimentos nas áreas de saúde e educação.
Fala-se cada vez mais sobre o declínio pela procura de cursos de licenciatura. Os jovens atualmente querem ser engenheiros, administradores, nutricionistas, mas não desejam partir para a área educacional. Há quem diga que não vale a pena lidar com adolescentes “rebeldes” e “mal educados”, no entanto sabe-se que o que ninguém deseja é ter um título em uma profissão desvalorizada, ainda mais em uma sociedade onde a sua ocupação atual lhe define.

Esquece-se do óbvio: os professores são os que formam os profissionais das mais diversas áreas, inclusive conferindo-lhes títulos de bacharel, mestre e doutor. Apesar de cada vez menos comemorações em uma data tão importante, fica o lembrete que sem professor, não existem psicólogos, jornalistas, biólogos nem outros professores. Aliás, minha gratidão especial à dona Edonea, minha professora da primeira série.

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