sábado, 21 de novembro de 2015

Menos oração, mais ação


Brasil. França. Síria. Nos últimos meses, vê-se uma corrente de orações nas redes sociais por todas as vítimas dos acontecimentos em diversos países do mundo. A intenção é boa, o fato de chamar a atenção para as tragédias ajuda na conscientização, as pessoas têm a liberdade de expressão... mas isso não muda o que aconteceu.
Não é que não valha a pena discutir a luta pela paz, pelos direitos humanos e pela justiça. A questão é que a discussão fica apenas em alguns caracteres de uma rede social. Ela não sai do papel, e isso não faz diferença na prática.
A oração faz bem. Ela nos fortalece quando pensamos não ter mais força para lutar e seguir em frente. Assim, sentindo-nos mais fortes, voltamos a acreditar em nós mesmos e vamos à luta, consequentemente fazendo acontecer. Portanto, não adianta apenas rezar por esses países e não fazer algo para realmente ajudar. As pessoas da tragédia de Mariana precisam de água potável. A resolução de um dos problemas da população é simples: doe água. Isso faz a diferença.
Se pensarmos que foi exatamente a oração excessiva de terroristas islâmicos que ajudou esses intolerantes religiosos a terem força espiritual para amarrarem bombas em seus corpos e explodirem locais públicos em Paris, as correntes de oração do Facebook parecem não fazer mais tanto sentido.
Os moradores de Paris precisam de segurança. Os refugiados sírios precisam de teto. Os moradores de Mariana precisam de água. O que falta no mundo além da oração, é ação. Falta respeito acima de tudo. Respeito pelas diferenças religiosas, políticas e culturais.
Não são as imagens das bandeiras de Minas Gerais e da França nas fotos do Instagram que irão amenizar o luto dos familiares e amigos das vítimas. O luto estampado nas redes sociais não deve ser pelas vítimas, mas pelo respeito que morre a cada comentário racista e intolerante. Se estiver realmente abalado por tais tragédias, faça algo para que a liberdade seja respeitada.

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