Após um ano de tantas
perdas: de saúde, de emprego, de entes queridos... 2016 renova a promessa de
esperança. Em tempos onde se clama por justiça, paz e respeito, a crença de que
o ano novo possa ser diferente fica abalada. Espera-se a vinda do salvador para
nos redimir, procura-se uma Geni para nos salvar e tenta-se não perder a fé.
Como é dito no filme Amélie Poulain, “são tempos difíceis para os sonhadores”.
Vivemos na era da ansiedade. Depositamos ao mesmo tempo medo e esperança
no futuro e colocamos intensidade na falta de tempo. Queremos tudo pra ontem,
apesar de deixarmos tudo para depois. Sonhamos, mas não temos força para
realizar sozinhos, afinal, “sonho que se sonha junto é realidade”. Precisamos
uns dos outros, mas não sabemos mais como nos ajudar, afinal, perdemos a
empatia.
Há
quem diga que uma das causas para os males cotidianos é a falta de empatia
entre as pessoas, ou seja, a incapacidade de se colocar no lugar do outro.
Desse modo, impera o ego, e consequentemente, o descaso pela vida em sociedade.
Desviam verbas, violentam e matam sem pensar na dor do outro. Sendo assim, como
acreditar em um amanhã melhor?
Alguns psicólogos vêem a esperança como um sinal de saúde mental. A psicologia
positiva afirma que a pessoa otimista, ou seja, aquela que tem sentimentos de
esperança é capaz de criar caminhos para se chegar à meta desejada. A
depressão, por exemplo, seria a completa falta desse sentimento. Em suma, tudo
se resume em acreditar.
Sabe aquele famoso
ditado: “a esperança é a última que morre”? Pois então, é verdade. Por mais
cansados que estejamos de tantas tristezas, todo ano ainda insistimos em fazer
aquela famosa listinha com objetivos e promessas para o ano novo. Isso é ter
esperança. Ainda que aquela dieta tenha durado apenas alguns meses ou que você
tenha abandonado as aulas de alguma matéria na faculdade, você promete se
formar e se propõe a perder somente o peso realmente necessário. Podem ser
tempos difíceis para os sonhadores, mas talvez não seja impossível acreditar.
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