sábado, 30 de julho de 2016

Um mundo novo?


As Olimpíadas estão se aproximando e as publicidades exaltando o espírito esportivo não param de circular na mídia. Dentre essas propagandas, uma ganhou destaque pelas lentes de um fotógrafo: o retrato de uma mulher dormindo na rua enquanto se lê no cenário “Um mundo novo”. Mais uma vez, o paradoxo brasileiro ganha destaque e é sinônimo de piada.
O slogan é uma tradição dos jogos olímpicos, assim como a tocha e os mascotes, e o Brasil definiu o seu “mundo novo” ressaltando como o esporte pode ser um instrumento de transformação. Superação, força de vontade e quebrar barreiras são sinônimos do significado do slogan Rio 2016. Fala-se até de um novo Rio após as Olimpíadas... justamente em uma cidade onde as favelas encontram-se escondidas pelos muros erguidos provisoriamente para as instalações olímpicas.
A violência, a desigualdade social e o descaso pelos direitos básicos dos cidadãos fomentam o descontentamento brasileiro. Manifestações surgem a todo momento criticando o investimento do dinheiro público no “entretenimento”ao invés de investi-lo nas necessidades básicas de saúde, educação e segurança.
O foco está na passagem da tocha olímpica pelo país e ignora-se as possíveis ameaças de atentados terroristas no local. Afinal, quem iria querer atacar o Brasil, não é?! Já temos motivos suficientes para nos prejudicar sozinhos... os outros países têm é dó de nós. Portanto, o que esperar de um povo que ri da própria condição e não se dá ao trabalho de criar estratégias para mudar? O que dizer de um povo que aprendeu a se gabar do “jeitinho brasileiro”, sem reconhecer que é um atestado de malandragem?

O tão sonhado e pouco realizado para o “mundo novo” da campanha brasileira somente será alcançado quando a mentalidade do povo for diferente, o que requer investimento em educação. Esse investimento somente ocorrerá a longo prazo, já que é necessária uma reestruturação iniciando-se com as crianças “futuro da nação”, o que levará cerca de 18 anos até elas se tornarem adultos bem educados civilmente falando. Pensando assim, é mais fácil mesmo continuar dando nosso jeitinho, não? Deixemos o mundo novo para o futuro da nação.

sábado, 16 de julho de 2016

A síndrome do coelho de Alice



Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu que “tempo é dinheiro”. Assim como o coelho branco na estória de “Alice”, estamos sempre correndo contra o relógio. A pressa tão comum entre crianças pequenas que ainda não têm noção de tempo e desejam satisfazer suas vontades logo volta a aparecer como um sintoma do jovem adulto nos dias atuais.
 O pensamento de que o dia precisaria ter ao menos 36 horas é comum; afinal, 24 horas é pouco tempo para se fazer tudo o que se quer em apenas um dia. Ouvir de seu professor ou chefe de trabalho: “O que você faz da meia-noite às seis horas da manhã?”, então, ao invés de dormir, produza! Esse pensamento irracional tomou conta dos jovens da geração Y e influencia até os mais acelerados da geração anterior, a X.
A ociosidade é vista como loucura. Ficar parado nem pensar! Há muito que se fazer, pesquisar, inovar... e não temos todo o tempo do mundo. Seja por uma questão cultural (chegar atrasado a compromissos é hábito entre brasileiros) ou desorganização pessoal, a falta de tempo leva à vida acelerada, aos prazos a cumprir e consequentemente leva o corpo a pedir uma pausa, sinalizando seu cansaço físico e mental através de sintomas como enxaqueca, gastrite, taquicardia, dificuldade de memorização, entre outros.
Geralmente, o indivíduo está tão habituado com sua correria cotidiana que acredita ser normal e adia seus compromissos realmente importantes, como por exemplo, reservar um tempo para cuidar da saúde. As pessoas têm costume de procurar ajuda somente quando atingem a famosa “estafa” e realmente necessitam de uma avaliação médica para tratar da gastrite e poder continuar produzindo.

Uma mudança na rotina muitas vezes se torna necessária para que se passe a priorizar as responsabilidades. Há que se estabelecer quais são as prioridades e reservar um tempo para cada uma delas por ordem de importância. O planejamento lhe dá uma ideia mais precisa de quanto se pode demorar em cada tarefa específica. Se organizar direitinho, o relógio passará a ser um aliado e não precisará correr contra o tempo assim como o coelho branco de Alice que está sempre atrasado.

sábado, 2 de julho de 2016

Cooperar para realizar


Hoje comemora-se o dia internacional do cooperativismo. A palavra “cooperar” significa operar simultaneamente ou colaborar. Portanto, pode-se entender por cooperativa uma organização criada por indivíduos que realizam ações de maneira coordenada para uma finalidade em comum. Neste sábado, as cooperativas de Bebedouro promovem o “Dia C” em prol dessa colaboração, com foco na responsabilidade social.
O cooperativismo tem como valores a solidariedade, liberdade, democracia, equidade, igualdade, responsabilidade, honestidade, transparência, responsabilidade social, dentre outros. É com esse intuito que muitas pessoas se organizam para criar algo novo no mercado de trabalho, buscando inovação e melhores condições para seus cooperados, visando qualidade de vida também no ambiente organizacional.
Piaget, epistemólogo suíço, diz que o comportamento de cooperação inicia-se ainda na infância, por volta dos sete ou oito anos, e é essencial no desenvolvimento cognitivo e moral do indivíduo. A cooperação caracteriza-se pelo entendimento da existência de diferentes pontos de vista, pela reciprocidade e existência de regras para respeito mútuo.
O conceito de motivação também se faz importante, haja vista que é um dos principais impulsionadores para criação de ações nas quais se acredita. Estar motivado é querer realizar. Maslow, psicólogo norte-americano, definiu as necessidades básicas do ser humano e as hierarquizou de acordo com suas urgências, sendo elas: necessidades fisiológicas, de segurança, de amor, de estima e de autorrealização.

Para se alcançar a autorrealização, é necessário satisfazer todas as demais necessidades anteriores, que envolvem, dentre outras coisas, o reconhecimento. Somente com a colaboração do outro e com a constante motivação é possível alcançar essa meta de realização pessoal, que é basicamente sentir-se feliz onde se está. Nesse sentido, diversas pessoas com um objetivo em comum unem-se para transformar em realidade o sonho de trabalhar naquilo que gostam, tendo o ambiente de trabalho como uma segunda casa e os colegas de trabalho como uma família.